terça-feira, 28 de janeiro de 2020

LABORATÓRIOS VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM



Olá internautas! Hoje trago um texto sobre algo que pode ser de grande valia para educadores e estudantes: os Laboratórios Virtuais de Aprendizagem (LVA).

Para início de conversa é relevante mencionar a importância que os laboratórios de aprendizagem têm para fazer convergir o conhecimento teórico com a prática. Correa et al. (2001) nos aponta ainda que o objetivo principal desses ambientes é complementar a construção do conhecimento a partir do reconhecimento explícito das atividades propostas durante os processos de ensino.

Os LVA são ambientes digitais que têm como principal objetivo executar e/ou replicar experimentações que podem (ou não) serem executadas em laboratórios reais, sem estar fisicamente presente nesses locais. Eles podem ser utilizados em qualquer horário e em qualquer lugar, bastando apenas um dispositivo eletrônico para acessá-lo e rede de internet (sendo que alguns não necessitam dela, funcionam off line). Nesse sentido os LVA inserem-se em uma atmosfera ubíqua permitindo ao usuário uma maior flexibilidade em termos de acessibilidade.

Tais Laboratórios podem ser enquadrados na taxonomia dos objetos de aprendizagem, pois como nos mostra Silva e Mercado (2019), tratam-se de recursos elaborados a partir da combinação de elementos como vídeos, imagens, animações gráficas, etc. com finalidades educacionais bem definidas.

Ao contrário laboratórios virtuais, os laboratórios reais estão instalados em instituições que, na maioria das vezes, tornam o seu acesso dificultado por muitos estudantes, aja vista o possível distanciamento geográfico, horários de funcionamento limitados, falta de transporte ou capital para locomoção, etc. Nesse sentido, a utilização dos LVA pode trazer benefícios, já que sua utilização rompe a barreira espaço-tempo.

Nesse contexto, o uso dos LVA no ensino básico vem como alternativa às limitações de algumas escolas que não têm laboratórios físicos (como o de ciências, por exemplo) ou não dispõem de capital para compra de materiais diversos usados nos experimentos. Alguns experimentos em escala microscópica podem melhor serem analisados virtualmente, sem contar que alguns experimentos em um laboratório físico pode também trazer alguns riscos à saúde e ao meio ambiente.

Todavia, essa forma de experimentação virtual pode trazer alguns riscos como indução de erros conceituais, a falta de contato com os equipamentos, a automação dos algoritmos que minimizam erros, o que limita os estudantes a pouca repetição dos experimentos (SILVA; SILVA, 2017, p. 43)

Por fim, um fator relevante na utilização de LVA nas escolas diz respeito à formação do professor para a correta utilização do recurso. Embora a interface de alguns laboratórios virtuais seja intuitiva, facilitando a interatividade de quem os usa, a figura do professor como planejador e mediador das práticas pode se revelar como de fundamental importância. Por isso, precisamos refletir como os cursos de formação de professores estão promovendo o contato com essas ferramentas e preparando-os para enfrentar os novos cenários de aprendizagem, potencializados pela cultura digital.

Gostou da leitura? Espero que sim!
             
           Abaixo indico um exemplo de LVA, com alguns experimentos de biologia que utilizo em algumas de minhas aulas, é só clicar no link a seguir:


                Até a próxima!





REFERÊNCIAS


CORRÊA, Geny D.; CORRÊA, Carlos J.; SANTOS, Víctor B. O Laboratório de aprendizagem e a reconstrução do conhecimento.  Congresso Brasileiro de Engenharia - COBENGE, 2001.

SILVA, Ivanderson P.; MERCADO, Luis Paulo M.. Experimentação em física apoiada por objetos de aprendizagem.  ACTIO, Curitiba, v. 4, n. 2, p. 71-86, mai./ago. 2019. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/actio/article/view/9265/6422. Acesso em: 27 jan. 2020.

SILVA, I. P.; SILVA, A. T. O tema “experimentos virtuais” nos anais dos eventos brasileiros de ensino de física (2005–2014). Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 8, n. 1, p. 137-154, 2017.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

EDUCAÇÃO MÓVEL E UBÍQUA



Oi pessoal! As férias acabaram e agora voltei ao “batente”, para falar de duas coisas muito relevantes na educação contemporânea: educação móvel e ubíqua. Já ouviu falar nesses termos? Não?! Então o texto abaixo é pra você. Boa leitura!

Antes de tudo precisamos concordar que as formas de comunicação de hoje em dia são, muito diferentes daquelas vividas há algumas décadas atrás. Atualmente com as redes sociais, as formas de comunicação tomaram rumos muito diversificados. O aparecimento de dispositivos e artefatos que utilizam tecnologias digitais, bem como a internet e as redes sociais, aumentou o leque de possibilidades de comunicação, interação e interatividade das sociedades, trazendo certa mobilidade digital até então escassa ou inexistente.

Pimentel (2017) nos mostra que quando falamos em mobilidade, podemos de forma sucinta estar nos referindo a uma característica social, tendo em vista que os dispositivos móveis permitem uma ruptura das estruturas que limitam a interação humana, dentre elas a relação espaço-tempo nas relações. Ainda segundo o autor, esse termo pode ser utilizado para designar atividades humanas e é identificado como uma característica das tecnologias digitais.

Nessa perspectiva, o conceito de educação móvel ou ­m-learnig (OLIVEIRA E MEDINA, 2007) se faz presente num contexto de democratização da educação, onde existe a possibilidade do aprendizado poder ser consolidado também em espaços de educação não formais, fora dos limites físicos de nossas escolas. É também importante salientar que diante desse cenário, outro fenômeno precisa ser citado como forma de complementar a educação móvel: aprendizagem ubíqua.
Mas para entendermos um pouco sobre aprendizagem ubíqua precisamos nos inteirar do significado da palavra ubíquo. De maneira resumida o termo ubíquo pode ser entendido como aquilo que está ou pode estar em toda parte, onipresente e que pode ser encontrado em qualquer lugar ou hora (SANTAELLA, 2018). Nesse contexto podemos entender a importância que os dispositivos móveis (como smartphones, tablets, etc.) e a internet têm para proporcionar essa aprendizagem.
A aprendizagem ubíqua ou u-learnig, portanto, trata de uma modalidade de aprendizagem onde o aprendiz pode acessar o conteúdo que se quer aprender em qualquer lugar, utilizando para isso alguma ferramenta que lhe proporcione tal acesso. Neste tipo de aprendizagem a informação está disponível a qualquer momento, em qualquer lugar e pode ser transformada, pelo acesso a partir de dispositivos móveis conectados em rede (SANTAELLA, 2010).
Com isso fica claro que a aprendizagem móvel e ubíqua é um “caminho sem volta” nos tempos de hoje no campo da educação podendo torná-la mais democrática, uma vez que pode ser consolidada em lugares e períodos alternativos aos que são promovidos nas instituições formais de ensino.
E é daí que nasce outra perguntinha básica: A aprendizagem Ubíqua poderá substituir a educação formal?
Bom, na próxima postagem repondo essa pergunta, mas até lá vai pensando e lendo a respeito desse questionamento. Nossas ideias (convergentes ou não) podem gerar bastante aprendizado para todos!

Um grande abraço e até breve!




REFERÊNCIAS



OLIVEIRA, L; MEDINA, R. Desenvolvimento de objetos de aprendizagem para dispositivos móveis: uma nova abordagem que contribui para educação. Revista RENOTE Novas tecnologias  na educação. V. 05, n.1, 2007.

PIMENTEL, F. A aprendizagem das crianças na cultura digital. 2ª ed. rev. e amp. Maceió: Edufal, 2017.

SANTAELLA, L. A aprendizagem ubíqua substitui a educação formal? Revista de Computação e Tecnologia da PUC-SP, v 2, n.1, out. 2010. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/ReCET/article/download/3852/2515. Acesso em 20 jan. 2020.

SANTAELLA, L. Aprendizagem Ubíqua. In: Mill, D. (Org.) Dicionário crítico de educação e tecnologias e educação a distância. 1 ed. Campinas: Papirus, 2018.