segunda-feira, 18 de novembro de 2019

INTERAÇÃO E INTERATIVIDADE NOS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM



Olá pessoal! Nessa postagem compartilho com vocês algumas ideias sobre os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e como eles podem impulsionar as relações entre professores e estudantes, junto a processos de ensino e aprendizagem.

Mas o que são, de fato, os AVA? Basicamente são plataformas virtuais com interfaces de comunicação e informação que servem para mediar e desenvolver atividades diversas (MARTINS, TIZIOTTO E CAZARINI; 2016). Nesses ambientes professores e estudantes podem se comunicar e interagir, pois além de permitir aos docentes enviarem textos, vídeos e outros materiais digitais, permitem que os conteúdos sejam discutidos de forma simultânea ou não a partir chats ou fóruns de discussão.

E aqui surgem outros questionamentos: será que esses ambientes propiciam mesmo interação e interatividade entre os sujeitos? O que se entende por interação? Eles apresentam algum grau de interatividade? Deixemos a primeira pergunta para o final e busquemos inicialmente entender os conceitos de interação e interatividade.

Segundo Primo (2007), a interação pode ser definida pelo intercâmbio entre dois ou mais agentes, biológicos ou não. Para ele, interagimos com outras pessoas ou objetos através de ferramentas diversas, que podem ser computacionais ou não, havendo distinção apenas de acordo com o caráter qualitativo existente entre eles. O autor destaca, por exemplo, que clicar em um link, jogar videogame, trocar mensagens por e-mail ou conversar via chat, são formas de interação. Outra definição sobre interação a apresenta como a inter-relação entre pares em que há intersubjetividade entre eles, podendo haver relação simultânea (através de web conferências ou chats, etc.) ou não (através de troca de e-mails, participação em fóruns de discussões, etc.) de acordo com os tipos de recursos técnicos de comunicação utilizados (PIMENTEL, 2013).

Para pensarmos em interatividade precisamos perceber que algumas formas de interação, principalmente aquelas que ocorrem em ambientes virtuais de aprendizagem, necessitam de ferramentas como computadores, ou seja, apresentam-se intermediadas por máquinas capazes de permitir a interação em uma perspectiva de espaço-tempo diferente daquela normalmente utilizada nas interações em ambientes de educação presencial.

Para ficar claro, é importante separarmos as relações pessoa-pessoa e pessoa-máquina. Na primeira, com intermédio de tecnologias ou não, se estabelece a interação. Na segunda, caracterizada por uma relação entre dois interagentes (sendo um humano e o outro máquina, com inteligência artificial), se assenta a interatividade.

Nesse sentido, Pimentel (2013) nos aponta que a interatividade pode ser entendida como a ação humana sobre a máquina, tendo um feedback da mesma em relação à esta ação. Portanto, dentro desse contexto, esse “retorno” recebido da máquina sobre a ação humana é fundamental para que haja interatividade.

Percebe-se, no entanto, que existe uma linha muito tênue entre esses conceitos e que suas definições são vastas, a partir do pensamento de vários autores. Tomando como base a ideia de relacionamento entre os que interagem, por exemplo, Primo (2007) nos aponta dois caminhos: o mútuo, onde os interagentes participam individualmente do processo de construção inventiva e cooperada afetando-se mutualmente (chats ou fóruns de discussão), e o reagente, caracterizado por relações de estímulo e resposta (clicar em um hiperlink).

É oportuno pontuar também que nesses ambientes virtuais de aprendizagem o professor exerce um papel fundamental para que se promovam vínculos de interação entre os sujeitos. Ele desempenha um papel de facilitador criativo, proporcionando ao AVA criar conexões individuais e coletivas a partir do desenvolvimento de projetos ligados à realidade dos estudantes ou de integração nas diferentes áreas do conhecimento (PIMENTEL, 2013).

Por fim, acredito que os ambientes de aprendizagem (físicos ou virtuais) que permitem um maior nível interação entre seus pares através de ferramentas analógicas ou digitais, têm maior potencial para alcançar seus objetivos.





Espere aí que não acabou!

Escaneie o código QR abaixo com a câmera do seu celular, ou caso seu smartphone não possua o recurso, faça o download de um leitor específico para esse tipo de código.















REFERÊNCIAS


MARTINS, Diego de Oliveira; TIZIOTTO, Simone Aparecida; CAZARINI, Edson Walmir. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) como ferramentas de apoio em Ambientes Complexos de Aprendizagem (ACAs). Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 15, 2016.

PIMENTEL, Fernando Silvio Cavalcante. Interação on-line: um desafio da tutoria. Maceió: EDUFAL, 2013.

PRIMO, Alex. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. Porto Alegre: Sulina, 2007. 

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