segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O ENSINO HÍBRIDO E A PERSONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO



Quando pensamos no modelo de ensino das nossas escolas, habitualmente nos deparamos com uma imagem virtual de salas de aulas com carteiras enfileiradas e um birô para o professor. É nele que os professores se mostram como “donos” do saber, expondo conteúdos aos estudantes que se enquadram como espectadores daquela aula.

Esse modelo remonta um cenário há muito tempo estruturado por escolas e professores das mais variadas áreas e níveis acadêmicos e nos remete aos ambientes de ensino de séculos passados. Mas, será que tal modelo favorece a educação dos estudantes atuais? Esses estudantes aprendem da mesma forma que nossos pais ou avós aprendiam?

De certa forma, precisamos levar em conta estas e outras questões para entender como aperfeiçoar as experiências de aprendizagem dos nossos alunos de hoje a fim de melhorar a qualidade da educação que lhes é oferecida pelas escolas. Nesse sentido, penso que nós professores devemos criar ambientes de ensino e aprendizagem onde os educandos possam desenvolver suas potencialidades não apenas cognitivas, mas também socioemocionais, utilizando os recursos que lhe convém (sejam analógicos ou digitais), saindo do lugar de expectadores para ocupar o posto de protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem.

Outro aspecto que chama a atenção é a falta de personalização do ensino, onde o professor se baseia em uma “média” ligada à sua metodologia de ensino visando impactar certa quantidade de estudantes. Porém, ao fazer isso ele não estará impactando efetivamente ninguém, pois nós não aprendemos da mesma forma nem ao mesmo tempo (ROSE, 2016). O que podemos observar é que não há qualquer personalização do ensino nesse tipo de abordagem.

Dentro desse contexto, pode ser pertinente aqui analisar a proposta do ensino híbrido como estratégia de ensino e aprendizagem. Por definição, o termo “híbrido” nos remete a algo misturado em que podemos pensar a educação estabelecendo-se em espaços, tempos, atividades e metodologias diversificadas (MORAN, 2016).

A partir dessa ideia, podemos entender melhor o “sentido” da educação híbrida, que dentre outros aspectos procura ir além dos espaços físicos da escola e do tempo que é estabelecido dentro da carga horária, permitindo ao estudante criar seu próprio espaço e tempo de aprendizado, explorando recursos digitais e/ou online, mediados pelo planejamento e presença (física ou virtual) do professor.

Sendo assim, acredito que é fundamental pensarmos o ensino híbrido como aliado do processo de aprendizagem dos nossos estudantes uma vez que permite uma aprendizagem mais personalizada, mais próxima de suas realidades e com recursos que podem ser valiosos para o entendimento daquilo que lhes é proposto.

Porém a metodologia do ensino híbrido não se sobrepõe as outras, mas as complementa. O importante é saber que um ensino personalizado pode ser mais eficiente na medida em que aproxima o aprendizado a partir de tecnologias diversas e que procura atenuar ou até mesmo acabar com as limitações impostas por certos métodos de ensino focados na “média” das turmas. Esse tipo de proposta objetiva atender todos os estudantes, que nesse caso, passam a aprender no “seu próprio ritmo”.

Gostou do texto? Deixe um comentário sobre as percepções de como o ensino híbrido pode contribuir para o aprendizado.

Até a próxima!




REFERÊNCIAS

MORAN, José. Educação Híbrida: um conceito-chave para educação, hoje. In: BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TRIVISANI, Fernando de Mello (Orgs.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.

ROSE, Todd. The end of average. New York: HarperOne, 2016.

2 comentários:

  1. Maviael que show de discussão! Parabéns!
    O final do seu texto define bem os propósitos que devemos ter com relação ao ensino híbrido, não é que ele é melhor ou pior é apenas mais uma metodologia. O professor deve ter esse filtro de perceber qual a necessidade dos seus alunos e de forma irão ter mais experiências de aprendizagem, precisamos realmente focar naquilo que é importante, no que vai fazer diferença para o aluno.
    Obrigada pelas suas colocações!

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