quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O SENTIDO DE VIRTUAL SEGUNDO LEVY



 Hoje em dia, a maioria de nós está cercada por ferramentas e artefatos digitais, que dentre outras coisas, nos permitem fazer parte de uma ampla rede de comunicação, onde a percepção do espaço-tempo torna-se cada vez flexível, permitindo a interconexão entre pessoas do mundo todo em fusos-horários e áreas geográficas variadas, estabelecendo um novo modelo de interação entre pessoas.

Nesse modelo também podemos explorar ambientes com realidades paralelas às nossas, criadas a partir de softwares emulados através de computadores, smartphones ou outros dispositivos que têm potencial para nos fazer acreditar que são reais. Tratam-se dos ambientes virtuais.

Mas afinal, o que é virtual?

Para abordar esse tema destacarei aqui o conceito do termo virtual com base nas ideias de Pierre Levy (2011) lançadas em seu livro “O que é virtual?” que nos apresenta uma profunda reflexão do tema. Na obra, ele traz o desafio de definir o virtual a partir de três correntes: filosófica, antropológica e sócio-política.

            De acordo com o senso comum, o termo virtual se enquadra em um campo “oposto ao atual”, como sendo algo ilusório, intangível, que não tem ligação com a realidade. Para muitas pessoas, estar diante de algo virtual significa encarar uma realidade que não nos pertence, muito distante ou até impossível de ser vivida.
           
Levy nos aponta que o sentido de virtual tem apenas uma mínima afinidade com o campo da ficção. Isso porque, para ele, tudo que é virtual têm potencial para se tornar real. Por exemplo, uma semente pode ser considerada uma árvore, virtualmente falando, ou seja, a semente não é a arvore em si, mas tem potencial para sê-la. Uma planta tridimensional de um prédio é ele próprio em potencial. Porém, existem limites onde a virtualidade esbarra. Trazendo o exemplo da semente, podemos entender que ela é a árvore em potencial, mas não atual, pois não apresenta as características atuais da árvore, como sua anatomia e fisiologia. Sendo assim, para o autor, virtual e atual são antagônicos apresentando, portanto, maneiras diferentes de ser.




REFERÊNCIA

LEVY, Pierre. O que é virtual? 2 ed. São Paulo: editora 34, 2011

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