Hoje
em dia, a maioria de nós está cercada por ferramentas e artefatos digitais, que
dentre outras coisas, nos permitem fazer parte de uma ampla rede de
comunicação, onde a percepção do espaço-tempo torna-se cada vez flexível,
permitindo a interconexão entre pessoas do mundo todo em fusos-horários e áreas
geográficas variadas, estabelecendo um novo modelo de interação entre pessoas.
Nesse
modelo também podemos explorar ambientes com realidades paralelas às nossas,
criadas a partir de softwares emulados
através de computadores, smartphones ou
outros dispositivos que têm potencial para nos fazer acreditar que são reais. Tratam-se
dos ambientes virtuais.
Mas
afinal, o que é virtual?
Para
abordar esse tema destacarei aqui o conceito do termo virtual com base nas
ideias de Pierre Levy (2011) lançadas em seu livro “O que é virtual?” que nos
apresenta uma profunda reflexão do tema. Na obra, ele traz o desafio de definir
o virtual a partir de três correntes: filosófica, antropológica e
sócio-política.
De acordo com o senso comum, o termo
virtual se enquadra em um campo “oposto ao atual”, como sendo algo ilusório,
intangível, que não tem ligação com a realidade. Para muitas pessoas, estar
diante de algo virtual significa encarar uma realidade que não nos pertence,
muito distante ou até impossível de ser vivida.
Levy
nos aponta que o sentido de virtual tem apenas uma mínima afinidade com o campo
da ficção. Isso porque, para ele, tudo que é virtual têm potencial para se
tornar real. Por exemplo, uma semente pode ser considerada uma árvore,
virtualmente falando, ou seja, a semente não é a arvore em si, mas tem
potencial para sê-la. Uma planta tridimensional de um prédio é ele próprio em
potencial. Porém, existem limites onde a virtualidade esbarra. Trazendo o
exemplo da semente, podemos entender que ela é a árvore em potencial, mas não
atual, pois não apresenta as características atuais da árvore, como sua
anatomia e fisiologia. Sendo assim, para o autor, virtual e atual são antagônicos
apresentando, portanto, maneiras diferentes de ser.
REFERÊNCIA
LEVY, Pierre. O
que é virtual? 2 ed. São Paulo: editora 34, 2011
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